Aiaiai… quanta responsabilidade para escrever esse post! Um monte de gente pedindo para eu escrever e eu podendo ser responsável pela mudança de itinerário de algumas férias, feriados…rs. Mas tudo bem, tenho certeza ABSOLUTA de que não pode existir algum ser humano que não se encante com Los Roques. Espero ajudar quem já tem Los Roques nos planos e despertar a “vontadinha” de conhecer esse paraíso para as pessoas que nunca haviam ouvido falar deste lugar.
1- Chegar até Caracas:
Saímos de Curitiba às 09 horas da manhã rumo à São Paulo, onde nosso voo para Caracas estava agendado para às 14:35. Esperamos as 4 horas no aeroporto nos entretendo nas livrarias, free shop, lendo… nem foi tão demorado assim.
Embarcamos com uma meia hora de atraso e nossa chegada em Caracas estava prevista para às 20 horas da Venezuela.
A diferença de fuso horário é de menos 1:30 h em relação à Brasília. Ou seja, quase 6 horas de voo.
Sempre tive receio de voos diurnos longos, mas até este dia, ainda não tinha tido nenhuma experiência assim. Nesse trecho, tive certeza de que se houver escolha, nunca mais na vida quero voo diurno. Ainda mais porque este voo da Tam para Caracas é feito num Airbus A 320 sem nenhuma opção de entretenimento. Haja paciência para aguentar 6 horas durante o dia num avião sem nada para fazer.
Mas, enfim, finalmente, pousamos em solo venezuelano no horário previsto. Ufa!
2 – Primeiros passos em Caracas
Confesso que diante de tudo que li na internet sobre a chegada ao aeroporto de Caracas, estava um pouco apreensiva. Era muita gente falando sobre os golpes, sobre as sinistras abordagens de gente querendo trocar dinheiro, sobre os cuidados a se tomar ao chegar lá.
Chegamos prestando atenção em tudo e em todos a fim de evitar qualquer contratempo, mas meu sentimento foi de alívio…. estava imaginando algo muito pior.
A passagem na imigração foi super rápida e logo em seguida saímos no saguão para a retirada de bagagens. Nesse caminho, fomos abordados apenas por um homem se oferecendo para trocar o dinheiro. Dissemos não e seguimos em frente.

Aeroporto Internacional de Caracas (Maiquetia)
Achei o aeroporto moderno e limpo, bem diferente do que tinha imaginado.
3- Trocar dólares por bolívares
A moeda oficial da Venezuela é o Bolívar Forte que não tem como ser comprado aqui no Brasil. O único jeito de fazermos a troca é levar dólares e trocar por lá. E é nessa troca que se baseiam muitos golpes relatados por colegas internautas.
Até hoje não entendo o tal do câmbio negro na Venezuela, mas vou dizer como funciona na prática para nós, viajantes, que só queremos aproveitar dias de folga por lá…rs
*Se você chega no aeroporto com 1 dólar e vai na casa de câmbio oficial, eles vão te pagar 4 bolívares.
*Se você chega no aeroporto com 1 dólar e troca com um destes intermediadores, eles vão te pagar entre 7 e 8 bolívares.
E é aí que mora o perigo! Quem em sã consciência gostaria de trocar no câmbio oficial? Mas o que todos nos alertaram foi sobre com quem e onde trocar, pois esta prática é crime na Venezuela. Seguem algumas dicas para não ter problemas:
– o câmbio em Los Roques é muito mais tranquilo e menos arriscado. Além disso, lá se troca 1 dólar por 8 bolívares. Troque em Caracas apenas o suficiente para pagar as taxas de embarque do voo Caracas – Los Roques. Reserve para esta troca 100 dólares ( é mais que suficiente). O restante, troque na ilha (se precisar).
– nunca leve nota de 100 dólares pois é com esta cédula que se aplica a maioria dos golpes. Se não conseguir comprar dólares em notas menores, a dica é passar no free shop e comprar alguma coisinha para ter trocados de dólares e se precaver.
– se for pernoitar em Caracas, prefira fazer a troca com o pessoal do hotel.
– nunca dê os dólares antes. Receba os bolívares, confira e somente depois entregue as cédulas de dólar.
– um golpe que eles aplicam é pegar uma nota verdadeira e devolver dizendo que é falsa. Para evitar este tipo de truque, grampeie as cédulas (conhecemos um casal que sofreu este golpe).
– como nos disse o Fábio Blinder, cuidado com ofertas acima da média. Se alguém te oferecer 9 bolívares por 1 dólar, desconfie.
– nunca vá até o banheiro para fazer as trocas. É isso mesmo! Alguns golpistas chamam as pessoas para disfarçar a troca no banheiro para facilitar o flagrante da polícia . (conhecemos um casal que sofreu este golpe).
Conosco deu tudo certo. Trocamos 100 dólares com o pessoal do hotel que nos aguardava no aeroporto. Ainda bem…
4 – Pernoite em Caracas
Como nosso voo para Los Roques era apenas às 11 horas do sábado, precisamos dormir em Maiquetia – região metropolitana de Caracas onde ficam os aeroportos.
Em nosso pacote com o Fábio Blinder, dizia “pernoite em hotel turístico”…. O que esperar? hahaha.
O nome do hotel era Catimar, e assim que saímos da área de desembarque, avistamos a plaquinha do hotel.
Aguardamos mais alguns passageiros – maioria brasileiros- e seguimos ao hotel. Nessas alturas, já estávamos podres….
Chegamos ao hotel, fizemos check-in e fomos dormir. Já deixamos agendado nosso transfer para o aeroporto às 9 horas da manhã.
Apesar do hotel ser beeeem simples, achamos o pessoal da recepção super simpático.

Hotel "turístico"
Quarto simples, com ar condicionado. Nada mais que isso. Mas do jeito que estávamos cansados, dormimos como anjos.
Acordamos muito cedo no dia seguinte devido ao fuso horário e resolvemos dar uma voltinha na vizinhança. Eca! Sinistro.. rsrs.

Praia perto do hotel
5- Voo Caracas-Los Roques
Saímos do hotel às 9 horas com o traslado do hotel rumo ao Aeroporto Nacional onde pegaríamos o teco-teco rumo à Los Roques.
Ao chegar ao aeroporto já percebemos que ali a bagunça reinava. Logo que entramos fomos abordados por vários homens querendo “cambiar”.
Ignoramos todos e fomos procurar o guichê da “Chapi Air” que era a nossa companhia aérea. Para nossa surpresa, não havia guichê. Fomos informados que só teria alguém para nos atender dali umas 2 horas.
Como era carnaval também na Venezuela, o aeroporto estava bombando. Muita fila para todos os lados.
Não havia outra solução a não ser esperar… ficamos lá conversando com mais brasileiros que estavam na mesma situação que a gente, comemos e ficamos observando a muvuca.
Até que finalmente surgem as agentes da Chapi Air nos informando que o voo atrasaria uma hora. Ok :(.
Parece que voltamos no tempo ao fazer o check-in na Chapi Air pois este procedimento foi feito numa folhinha de papel onde as moças anotaram nosso nome e nosso número de passaporte. Os cartões de embarque são reutilizáveis….começamos a pensar: se os procedimentos são feitos dessa forma, o que podemos esperar do avião? rsrs.

Cartão de embarque da Chapi Air
Check-in feito fomos pagar a taxa de embarque de 39 bolívares por pessoa. O pagamento deste valor é feito bem em frente às escadas rolantes do aeroporto.

Aeroporto Nacional e guichê para pagamento da taxa de embarque
Nosso embarque estava previsto para às 11:30h e ao nos dirigirmos para as salas fomos totalmente revistados. O pessoal do raio x tirou tu-do de nossas mochilas. Ouvimos relatos de que os guardinhas se aproveitam deste procedimento para roubar os turistas. Portanto, se passar por isso, fique de olho. Uma dica é não deixar dinheiro nenhum na bagagem, use um porta-dólar por baixo da roupa… bem mais seguro.
Revistas feitas, sentamos no chão e ficamos aguardando… nesse momento o cansaço bateu. O Loedi virou pra mim e disse: ” Quando vamos começar a nos divertir?” rsrs. Calma, disse eu. Daqui a pouco vamos esquecer de toda esta parte chata.
Gritaria pra cá, bagunça pra lá… assim ficamos observando os venezuelanos sedentos por curtir o feriado assim como nós. Costumo ser bem crítica em relação aos aeroportos brasileiros, mas confesso que o aeroporto nacional de Caracas precisa aprender muito com os brasileiros. Para se ter ideia, não conseguimos de maneira alguma identificar onde ficava o tal do portão 5B.Tivemos que perguntar para achar e quando achamos, não conseguíamos identificar nosso voo. Total falta de informação.
Uma coisa curiosa que vimos neste tempo de espera é que na Venezuela, o serviço de bordo (quando disponível) é servido antes do embarque. Quando são convidadas a embarcar, as pessoas passam e pegam a comida para levar ao avião. Achamos isso muito engraçado!

Serviço de bordo self-service
Depois de horas aguardando, finalmente fomos convidados para embarcar. Ufa!
Ao chegar no avião, a constatação de que realmente era um teco-teco… velho pra burro e que ainda por cima fazia barulho de Fusca! Claro que não foi novidade, mas confesso que deu um gelo na barriga.

Capacidade máxima: 14 passageiros

Quem reclama do espaço entre as poltronas da Gol, ainda não voou de Chapi Air.. kkkk
O piloto nos falou sobre a altitude que voaríamos, que levaríamos 45 minutos até Los Roques e que não era permitido andar no corredor! Hahahahaha….
A decolagem foi tensa para mim pois com tanto barulho, não conseguia imaginar que aquele troço era capaz de voar. Mas depois que levantou voo, foi tranquilo. A única coisa que incomodava era o barulho.
Ao nos aproximarmos de Los Roques e começar a ver o mar do Caribe todos os músculos relaxaram e não conseguia fazer mais nada além de sorrir, sorrir e sorrir.
Virei para o lado e disse: Loedi, agora sim começou a nossa diversão!

Chegando ao paraíso

Vista aérea
6 – Chegada em Los Roques

Desembarque
Sãos e salvos desembarcamos em Los Roques, pagamos a taxa de entrada do arquipélago que era de 160 bolívares por pessoa e logo avistamos a plaquinha da “Posada Sol y Luna”.Conhecemos o Daniel, que nos guiou até lá.
O proprietário da “Sol y Luna” é o Fábio Blinder, o brasileiro com o qual fechamos o pacote. O que nos fez decidir por esta pousada foram 2 fatores: era a única que não exigia um mínimo de diárias e também a única que tinha todos os passeios incluídos. Ou seja, poderíamos escolher para onde ir sem ter que pagar nada a mais por isso. Preço da diária por casal com pensão completa, cadeiras, guarda sol e cooler : 199 dólares (do pacote total, é única coisa cara!).
Existem várias opções de pousadas em Los Roques, mas os preços não variam muito. O que se deve ter em mente é: você só vai dormir na pousada, nada mais que isso…
Gran Roque é a “capital” de Los Roques. É a ilha onde ficam todas as pousadas e estabelecimentos comerciais. Como se trata de um parque nacional, esqueça asfalto, resorts, grandes empreendimentos, carros. Não há nada disso por lá.Tudo é muito rústico! Para se ter ideia, tem apenas 1200 habitantes.
É de Gran Roque que partem os passeios para as mais de 300 ilhas do arquipélago.

Gran Roque vista do farol
Chegamos na pousada, deixamos nossas coisas no nosso simples e humilde quarto (uma cama e um banheiro!), vestimos traje de banho e partimos. Let’ s have some fun!
A nossa opção de pacote foi de pensão completa pois não sabíamos como que poderíamos nos virar por lá, principalmente em relação ao almoço.
Na maioria das ilhas não há restaurante, nem lanchonete, nem nenhum lugar que se possa comer ou tomar um copo de água. Sendo assim existem 2 opções: ou você empresta um cooler da pousada (algumas oferecem) e prepara o seu kit de sobrevivência para o dia ou você opta pela opção de almoço e tem seu cooler montadinho pela pousada. Esta foi nossa opção!

Cooler com almoço, frutas, bebidas e petiscos.
Ao chegarmos, nosso cooler já estava ajeitadinho e o Daniel o levou para o barco. Embarcamos rumo à primeira ilha: Madrisquí.
Como foram os passeios? Confira no próximo post!